Você não vai prosperar…

Entenda porquê

Atila Persici Filho
3 min readFeb 10, 2021

“É melhor construir um relógio que pode dizer as horas, mesmo quando você não está lá” — Jim Collins, escritor/pesquisador

O que não faltam são exemplos de modelos de negócios, ou até mesmo de áreas, que “surfam” uma história de sucesso junto com a sua liderança.

No entanto, na maioria dos casos, quando essa liderança se ausenta, a performance muda (normalmente cai).

Não precisamos ir muito longe. Mesmo em alguns casos, só o fato da pessoa sair de férias, já causa impacto!

Com bastante frequência ouço em alguns discursos de gestores sobre o “Tripé da Gestão: Pessoas, Processos e Tecnologia”. De fato, são elementos presentes em qualquer contexto organizacional que formos discutir, e na prática se apresentam com “pesos” bem diferentes.

O “comum” que observamos nas empresas é que elas estão praticamente baseadas nas pessoas, e não em processos! E como fazemos para absorver o conhecimento das pessoas para o contexto organizacional? Registrando elas em processos! E muitas vezes também em tecnologia. Mas o quanto as pessoas estão dispostas em transferir conhecimento? AINDA tem gente que acredita que “reter” conhecimento, garante continuidade. Sim, ainda!

É evidente que as organizações são formadas por pessoas e a relevância delas é incontestável! Mas observe como aquela máxima “Só damos valor quando perdemos” é muito presente na ausência de pessoas com grande peso naquilo que nos afeta.

Ter processo é garantir que “o relógio vai continuar funcionando” na ausência de quem lidera. É extrair aquelas melhores práticas das pessoas, registrar e treinar, quem quer que seja, para executar o que deve ser executado!

É ter repetição do que DEVE acontecer e previsibilidade dos RESULTADOS.
Portanto, como Jim Collins, em suas pesquisas, observou e publicou em seus livros, dentre diversos insights de empresas centenárias de sucesso: “Trabalhe para ser inútil!”

Cultura é reflexo da liderança. Há muito o que aprender das empresas centenárias no que diz respeito a cultura, principalmente porque um dos mais importantes aprendizados é de que o tempo passa, a estrutura se atualiza, mas a cultura permanece!

Quando você trabalha para ser inútil, você transfere conhecimento, desenvolve pessoas, padroniza o que funciona, extrai o melhor de si e de quem está por perto e contagia a estrutura para que esse mindset prevaleça no tempo.

Uma simples pergunta pode clarear se se você, ou sua empresa, ou sua área, trabalham como um relógio ou não: Em geral, você trabalha sob demanda?

O que isso quer dizer?

Por mais que você possua procedimentos, fluxos, metas, acordos de nível de serviço (SLA), etc, com frequência você está atendendo demandas que surgem dos superiores? De repente as prioridades mudam? Você como líder “muda a regra do jogo” toda hora? Define novas prioridades?

Resumidamente, se a sua sensação, seja você dono, líder ou colaborador, é de que “está apagando incêndio” com frequência, você ainda não está construindo um relógio que dirá as horas mesmo quando não estiver lá!

Ter a consciência sobre isso é o primeiro passo em direção a construir este relógio que funcione (com ou sem você).

Se você acha que o relógio só vai funcionar com você, então reflita sobre a frase a seguir:

“O homem que plantava árvores, sabendo que nunca se sentará às sombras delas, começou a entender o significado da vida” — Radinbranath Tagore (Poeta Indiano)

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Atila Persici Filho

Empresário, Consultor de Estratégia & Inovação, Marido e Pai.