Você busca resultados diferentes fazendo as mesmas coisas?

Cuidado! Você pode até responder que “não”, mas…

Atila Persici Filho
5 min readJan 27, 2021

Não é a “mesmice” que alavanca resultado!

Como bem definido por Albert Einstein: “Insanidade é esperar resultados diferentes fazendo as mesmas coisas”

E nesse contexto, dadas as multivariáveis que as organizações são expostas, é insanidade querer resultados diferentes se as ações para buscá-las não são proporcionais aos esforços para isso.

A criatividade para lidar continuamente com as situações é imperativa, principalmente quando se busca a melhoria contínua. Aliar “método científico” e criatividade é a melhor fórmula para alcançar resultados surpreendentes no contexto do “resultado recorrente”.

Sempre houve, há e haverá a questão sobre como lidar com “o que está pagando as contas hoje” em relação a “como lidar com o futuro”? É a eterna briga entre manter o status quo e sair da tal zona de conforto. Sobreviver x Viver!

Um processo existe para garantir previsibilidade, simples assim! Espera-se que ao receber um insumo (input), tarefas repetidas e previsíveis serão empreendidas (num contexto de normas, leis e políticas que devem ser respeitadas) para gerar um produto / serviço prestado (output). Essa é a única função de um processo: Previsibilidade!

Ao debatermos as “dores” dentro das empresas (das pequenas à enormes) é muito comum ouvirmos que “Sim! Aqui temos processos mapeados! Padrões! TUDO! Inclusive temos ISO!”. Então, insistimos no debate e questionamos “Mas se os processos existem, por quê os resultados não são previsíveis?” — Eis que surge aquele silêncio constrangedor…

Evidentemente que podem-se sugerir diversas causas para isso (e que realmente podem explicar), mas a provocação aqui ainda é elementar mesmo. Analisar “causa” deixaremos para outro momento.

É muito comum a comparação de uma empresa ao relógio ou ao corpo humano. Portanto, vamos pegar carona nessas analogias mais uma vez!

Creio que todos os leitores concordarão que o corpo humano é uma “máquina perfeita”. São diversos sistemas funcionando ao mesmo tempo.

Mas vamos do início para entender o “corpo humano” e começar pelas células, que por sua vez formarão os tecidos (Epitelial, Conjuntivo, Muscular e Nervoso), os quais formarão os órgãos, que, por sua vez, formarão os sistemas (Digestório, Cardiovascular, Respiratório, Excretor, Endócrino, Reprodutor, Nervoso, Tegumentar, Esquelético e Muscular)! Todos os sistemas formam o Organismo!

Até aqui, acredito que o leitor já começa a fazer o “paralelo” entre Organismo e Organização, certo? Vamos em frente…

Voltando a provocação inicial, imagine por um momento se uma parte, somente uma, resolve que, de repente, ela deva funcionar diferente. Tomemos como exemplo o Rim. Somente para breve alinhamento dos leitores, o Rim garante a filtragem do sangue e também a formação da urina. Será que preciso aprofundar os efeitos no corpo humano caso o rim resolva simplesmente que não deve filtrar o sangue com a mesma freqüência que deveria?

E se o Coração resolvesse que simplesmente poderia mudar o seu ritmo de batimento?

Eis que nesse momento surge outro debate interessante nas Organizações, mas vamos nos ater a analogia para melhor compreensão: Qual é o órgão mais importante?

Acho que também não preciso me aprofundar muito se começarmos a traçar alguns cenários: Como funcionaria o corpo se o cérebro resolvesse parar? Ou o pulmão? O pâncreas? O sistema excretor?

Já ouvi em diversas ocasiões, por exemplo, de que a Área Comercial é a área mais importante de uma empresa, afinal é “quem trás a grana pra dentro de casa”! (Mas e se não tiver produto pra vender? E se não tiver uma marca conhecida? E se a área de cobrança não cobrar? E se as pessoas não forem selecionadas apropriadamente conforme a cultura? E se não houver estratégia? Etc, etc, etc…)

Enfim, creio ter me feito claro da importância do adequado funcionamento dos processos e consequentemente dos seus subsistemas. Espero também ter despertado o espírito de humildade das áreas. Não obstante o corpo seja composto por órgãos de natureza vital, qualquer mal funcionamento do sistema prejudica TUDO e pode levar a falência do organismo.

Quando você olha para sua empresa, quais “órgãos” não estão processando o que deveriam processar? Quais apresentam “falhas”?

É lindo quando aprendemos que “somos todos partes de uma engrenagem”, mas a verdade é que nem sabemos o que é uma engrenagem! Só lembramos do relógio! Vamos emprestar uma breve definição: “Engrenagens são elementos de máquinas caracterizados como rodas dentadas que podem transmitir força e rotação de um eixo para outro componente em um sistema de transmissão de potência ou movimento.”

Ou seja, deveríamos ser parte de um algo que transmite FORÇA e ROTAÇÃO para outro componente, em um sistema que transmite POTÊNCIA ou MOVIMENTO!

Escolha a analogia que você quiser, mas entenda que seja num corpo humano, seja num relógio, o que vocês escolherem, a parte (seja qual for) interfere e MUITO no TODO!

Repito a provocação: Quando você olha para sua empresa, quais “órgãos” não estão processando o que deveriam processar? Quais apresentam “falhas”?

Retomemos então a questão inicial: É IMPOSSÍVEL buscar resultados diferentes fazendo as mesmas coisas! Essencialmente a primeira provocação é a reflexão para “Será que os processos estão funcionando como deveriam?”.

Por experiência, eu já adianto que em diversos casos, há pessoas comprometidas e bem intencionadas em fazer acontecer, por isso algo funciona! Quer testar qual é o caso? Sobre a “área” ou “processo” que você quer fazer sua reflexão pergunte-se (e seja sincero consigo): Se Fulano sair, tudo segue funcionando ou haverá perda?

Se a resposta é “Haverá perda.”, parabéns, você tem uma pessoa boa na equipe, mas não tem processo estruturado!

“Mas eu só tenho uma pessoa que executa aquele processo.” Ok! Em caso de ausência há algum padrão que qualquer pessoa possa recorrer para buscar o conhecimento e REPETIR o que deve ser realizado para GARANTIR um RESULTADO ESPERADO? (Nem vou entrar no mérito de Tarefa, Atividades e Processos, vamos deixar para uma outra reflexão — prometo retomar!)

Agora, abstraindo tudo que foi discorrido até aqui, tudo “funciona”. Ainda sim é IMPOSSÍVEL buscar resultados diferentes fazendo as mesmas coisas.

Quando a necessidade é “mudar o patamar” e romper com o crescimento orgânico, com vistas à sobrevivência no longo prazo, a pauta de melhoria contínua ou inovação tem que estar na agenda de qualquer um que busca o futuro.

Quer saber mais? Acompanhe as próximas publicações!

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Atila Persici Filho

Empresário, Consultor de Estratégia & Inovação, Marido e Pai.